[escritos/lidos no LerAlto]
Há muito mais que um ser
na voz
um devir vibrante
frémito fulgurante que embate nas paredes
e transforma
pelo ar
dúctil canal que intercepta e continua
um será
quando lemos alto
na voz
um devir vibrante
frémito fulgurante que embate nas paredes
e transforma
pelo ar
dúctil canal que intercepta e continua
um será
quando lemos alto
Pedro Afonso
LerAlto
Ler de alto para baixo
Ler lentamente ou bem depressa
Ler para cativar a atenção dos ouvintes ou sussurrar bem baixinho para não se comprometer
Ler com ternura a poesia de uma criança
Ler a língua que se sabe ou a língua que não sabe e o nariz que ajuda
Ler os cheiros e parar para degustar a fruta fresca desta Primavera
Ler recados pela manhã estrategicamente colocados ao lado da cafeteira de café
Ler lábios e parar de ler porque o beijo se embrulhou consoante as vogais
Ler linhas na palma da mão que dá prazer quando toca o sexo
Ler a pauta de música onde figuras cantam ritmos e melodias que querem voar outra vez, imitando a sinfonia de um bando de aves que poisa agora em meus ombros
Ler os teus lagos de lágrimas onde mergulho e respiro embriagado o frémito do desejo
Ler a teoria e dançar a prática
Ler a palavra que falta
Ler a idade numa escarpa oblíqua
Ler a sentença de uma morte anunciada tatuada nas rugas de um Poema que agora Nasceu
Marco Ferraz
Ler de alto para baixo
Ler lentamente ou bem depressa
Ler para cativar a atenção dos ouvintes ou sussurrar bem baixinho para não se comprometer
Ler com ternura a poesia de uma criança
Ler a língua que se sabe ou a língua que não sabe e o nariz que ajuda
Ler os cheiros e parar para degustar a fruta fresca desta Primavera
Ler recados pela manhã estrategicamente colocados ao lado da cafeteira de café
Ler lábios e parar de ler porque o beijo se embrulhou consoante as vogais
Ler linhas na palma da mão que dá prazer quando toca o sexo
Ler a pauta de música onde figuras cantam ritmos e melodias que querem voar outra vez, imitando a sinfonia de um bando de aves que poisa agora em meus ombros
Ler os teus lagos de lágrimas onde mergulho e respiro embriagado o frémito do desejo
Ler a teoria e dançar a prática
Ler a palavra que falta
Ler a idade numa escarpa oblíqua
Ler a sentença de uma morte anunciada tatuada nas rugas de um Poema que agora Nasceu
Marco Ferraz
Ler Alto
Gostava de ler, e lia, mas lia alto, tão alto que ninguém entendia o que lia. E quando lhe pediam para ler mais baixo, ele lia, mas lia tão baixo que ninguém o ouvia. Nunca deixou de ler, mas nunca alguém percebeu o que dizia. Também nunca perceberam outra coisa, nunca perceberam que ele era analfabeto.
Moral da história: Para fazer algo basta fazê-lo, não é preciso saber como.
Gostava de ler, e lia, mas lia alto, tão alto que ninguém entendia o que lia. E quando lhe pediam para ler mais baixo, ele lia, mas lia tão baixo que ninguém o ouvia. Nunca deixou de ler, mas nunca alguém percebeu o que dizia. Também nunca perceberam outra coisa, nunca perceberam que ele era analfabeto.
Moral da história: Para fazer algo basta fazê-lo, não é preciso saber como.
Luís Ene
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