as mulheres tiram seus panos crus
na hora incerta de uma canção
com os seus passos de fogo nus
no núcleo do grunhido vivo
na hora incerta de uma canção
as mulheres amam as esculturas dos anjos
o palato dos mesmos
bocejando nos seus umbigos e nas suas coxas
as mulheres amam os seus umbigos
as mulheres amam-se nas sombras dos pecadores
amam as praças carregadas de pássaros quentes
amam o vento nas penas dos pássaros quentes
as mulheres amam a vertigem do vento
as mulheres amam a versatilidade do vento
e a boca dos cavalos
Rogério Cão
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