segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Dia 10 de Outubro em Loulé

Caros amigos,

Levar a poesia e o gosto pela leitura de textos poéticos a espaços públicos e mais perto da população que nem sempre tem acesso a livros de poesia é o que pretendemos com esta iniciativa de itinerário pelos cafés de norte a sul de Portugal.

A escolha do Café Central tem também a ver com a recuperação de locais absolutamente esquecidos em algumas cidades, e que deviam, em 
alguns casos, ser considerados património cultural.

Durante várias semanas, percorreremos vilas e cidades de norte a sul a lerpoetas com a chancela da Assírio & Alvim e da ABYSMO

A leitura dos poemas estará a cargo de Rui Portulez (https://www.linkedin.com/pub/rui-portulez/60/934/791), e em alguns casos, de actores locais e pessoas incógnitas que a isso se propuserem. Haverá também acompanhamento musical.

A divulgação tem o apoio da DGLAB  ( http://livro.dglab.gov.pt ) das editoras envolvidas e da entidade organizadora representada pelos intervenientes com a colaboração  de algumas publicações e órgãos de comunicação social. 

Haverá também uma banca em cada sábado, com venda de livros.

Vamos estar em LOULÉ no próximo dia 10 de OUTUBRO às 18h, contamos com a vossa presença e pedimos que nos ajudem a divulgar esta iniciativa junto da população local.


Muitíssimo obrigada !


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Serão muitos, pelo país fora, os cafés que vão passar a servir poesia durante a tarde.

Um de cada vez, para que possam percorrê-los todos: no dia 10 de Outubro, Há Poesia no Café Central vai ao Café Calcinha, em Loulé. A partir daí levará poemas a Amarante, Évora, Arganil, Braga, Sesimbra, Caldas da Rainha, Beja, Tomar, Coimbra, Alcobaça, Vila Real e todas as cidades/vilas que se seguirem.

As datas e o nome dos cafés em cada localidade irão sendo reveladas pela organização. Entretanto, “convida-se o público local a escolher os poemas de que mais gosta, se quiser oferecê-los ao lanche. Procure-os na Biblioteca Municipal, leve o livro consigo ou inscreva o poema na página de Facebook “Há poesia no Café Central”, para que seja lido ao som do acordeão de Rini Luyks e da voz de Rui Portulez”.
Os encontros têm o apoio das editoras Assírio & Alvim e Abysmo e, como grandes aliados, as Bibliotecas Municipais e os mais emblemáticos cafés locais. 


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

POESIA & COMPANHIA À CONVERSA COM

DIA 16 DE OUTUBRO À conversa com

ANTÓNIO BAETA - A Poesia no Garb al-Andalus

com início às 19 h, no Bar de Vinhos About Wine, em Faro






terça-feira, 16 de setembro de 2014

Desafio Poesia & Companhia

O desafio é escreveres um poema breve que inclua pelo menos três das seguintes palavras:
flor, palavra, pedra, rio, sandália, sol.
Poderás juntar outras palavras à tua escolha, desde que não sejam substantivos.
Coloca aqui nos comentários quantos textos quiseres ou envia-os por e-mail. Os escolhidos serão lidos na próxima À Conversa.

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A palavra é
como uma pedra
atirada ao rio

António Baeta

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tua sandália tem uma pedra
tua flor um rio de palavras
seca a conversa ao sol

Ana Carvalhosa

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Dentro de cada pedra
há sempre um sol
Dentro de cada flor
Há sempre um rio
Dentro de cada palavra
Apenas palavras

De sol a sol, rio do rio, disse a flor à pedra, que logo se riu. De referir que dou a minha palavra que nem a flor nem a pedra usavam sandálias, já quanto ao rio não garanto.

Ri o sol no rio
Ri o rio ao sol
Ri a flor ri a pedra
Riem todas as palavras


todos os rios
(de flores de pedras de sóis de sandálias)
são rios de palavras

 Luís Ene

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uma flor é uma palavra e uma palavra é uma pedra e uma pedra é um rio e um rio é uma sandália e uma sandália é o sol.

Rogério Cão

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A palavra Sol: era uma vez uma palavra que caiu no rio. A sandália, a pedra e a flor continuaram a andar, a pedrar e a florir. Mas o sol secou o rio para salvar a palavra. Desde então ela só fala do sol.

Esculpir a palavra: pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, pedra, flor.

Há quem ponha sempre flor de sol na palavra, mas eu também gosto dela sem sol.

Já tentei bater no sol com a minha sandália, já lhe joguei uma pedra, só de ouvir a palavra sol apetece-me afogá-lo no rio.

Marco Mackaaij

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Não sei o que me será mais útil: se sandálias se palavras para atravessar o rio. Dependerá do rio.

Sara Monteiro

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Um poema breve

É como uma flor numa sandália. Escreve-se na pedra de um rio, ao sol. Basta-lhe uma palavra.

Fernando Cabrita

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Mesmo debaixo de um sol assim de pedra viu nascer a esplendente flor.
Ao atravessar o rio transparente perdeu a sandália ao deparar-se com uma palavra eterna.

Pedro Jubilot

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Rio de pedras e flores,
umas vermelhas, verdes, azuladas,
outras hexagonais, quadradas,
de amarelo iluminadas,
pela palavra sol.

..de pedra em pedra,
de flor em flor,
gerou-se a palavra.

Marco Mangas

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prefiro o sol, o rio, a pedra, a flor, até a sandália, à palavra.


Pedro Afonso

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a flor ao sol
a pedra no rio
a palavra sem sandália

Paulo Moreira

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a palavra é um rio de pedra
a palavra é uma pedra no rio
a palavra é um sol em flor
a palavra é uma flor ao sol

à palavra não basta ser apenas palavra


Não sou pedra, nem rio, nem flor, nem sol, disse a palavra. Chamam-me sandália, desde que ando descalça.


A pedra sorriu quando o sol se banhou no rio. A flor adormeceu e sonhou que nunca mais diria uma palavra.


— Juro! O sol tropeçou na sandália, caiu ao rio e fez-se flor. Dou-te a minha palavra.
— Que grande pedra!

Fernando Gomes

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Microficção

Uma palavra-pedra ardia ao sol, quando foi atacada por uma sandália-rio que a chutou. Morreu afogada!

Lídia Borges / Olívia Marques

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Corre sandália
A tua flor levada no rio

Luís Nunes Alberto

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Da palavra fazes pedra - magoas-me.
Da palavra fazes flor - não acredito.
Deixa lá a palavra e faz de mim rio.

Gisela Estrada

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Tanto a palavra como a pedra se afogam no rio, pesam, centralmente.
Molha-se a sandália ao sol para se esquecer, ilude-se acima de se afogar, centralmente.
Central é a flor, única, singular, que não existiria sem nenhum e sem palavra que a descrevesse e sem sandália para a pisar.

Martim Santos

***

Cheiro que se molha
e traz do rio
a flor de sol
com folha de sal
num lava - pedra
que devolve à palavra
deixa o coração
sujo de criança
Dina Isabel Dias

***

Caminhava pelo rio
Com uma pedra na mão e uma flor na cabeça
Não fosse a sandália e o incandescente sol

Não tinha morrido sem dizer palavra.


Paula Romão

***

Por amor arrancou o seu coração, com ele, esculpiu 
pequenas pétalas de pedra numa flor sem nome.
Cravou-a no peito e mergulhou num rio sem fundo.

Paulo Ramos 


***

Cheiro que se molha 
e traz do rio 
a flor de sol 
com folha de sal 
num lava - pedra
que devolve à palavra
deixa o coração
sujo de criança


Dina Isabel Dias

***

Desliza marulhando
Pelo rio barrento e sujo,
Na pedra nasce a flor.


Natália Vale

***

Uma palavra

Escondida, a flor ensaiava uma palavra. Empedernida, a pedra mastigava uma palavra. Lânguido, o rio marulhava uma palavra. Despudorada, a sandália esmagava uma palavra. Omnipotente, o Sol cozinhava uma palavra.

A palavra, essa, ignorava tudo e todos e descrevia-se a ela própria.

(La Donna Ignobile) 


Genoveva




sábado, 13 de setembro de 2014

al mutamid

À Conversa

No último trimestre deste ano decorrerão três conversas. Para que se preparem para essas conversas e entrem nos temas propostos iremos fornecer algumas indicações diversas e pedimos que o façam também. Se quiserem, podem enviar-nos o que quiserem ou colocar diretamente neste blog.

Para o próximo tema - poesia do al-andaluz - fica aqui uma ligação: poetas do al-andaluz.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Poesia & Companhia volta à conversa


Poesia & Companhia vai voltar a estar à conversa com novas edições da sua tertúlia, que teve já 3 edições em Maio, Junho e Julho.

Interrompida em Agosto e Setembro, voltará renovada no último trimestre deste ano, com três conversas que muito em breve serão anunciadas.

Pretendem-se conversas animadas, com um convidado e um tema, com um período prévio de preparação e propostas de participação no blog.

Aguardem notícias e digam coisas.